Arcebispo de Manaus alerta fiéis sobre supostas aparições da Virgem Maria no Amazonas

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A nota informa que o fenômeno não é reconhecido pela Igreja Católica

Manaus (AM) | Blog | Atualizado em 10.04.2019 – as 12h25

O arcebispo Metropolitando de Manaus Dom Sérgio Castriani emitiu nota na última segunda-feira, 8, com um alerta à comunidade católica sobre as celebrações comemorativas dos 25 anos das supostas aparições da Virgem Maria em Itapiranga, interior do estado do Amazonas. A cidade pertence à Prelazia de Itacoatiara (AM), hoje sobre o governo pastoral de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira.

Em nota, o arcebispo recorda que “um decreto da Congregação para a Doutrina da Fé e por decisão da Prelazia de Itacoatiara, está suspenso qualquer culto católico em torno das supostas aparições”.

Dom Sérgio pede aos fiéis da arquidiocese que se “respeite a decisão da Igreja e do bispo de Itacoatiara, com quem estamos em comunhão”, ressalta na nota. Os fiéis de Manaus, paróquias, movimentos eclesiais são orientados a não organizarem caravanas para as celebrações de Itapiranga.

Reprodução da Virgem Maria segundo o vidente Edson Glauber que é artista plástico.

As aparições
As aparições da Virgem Maria aos videntes de Itapiranga Maria do Carmo e seu filho, Edson Glauber Coutinho, teriam iniciado em 1994 primeiro a Maria do Carmo no dia 2 de maio e em 21 de maio a Edson Glauber. Atualmente as aparições são promovidas pela Associação Rainha do Rosário e da Paz, criada para a promoção das aparições.

Em 2010, o então bispo prelado de Itacoatiara dom Carillo Gritti, aprovou publicamente as aparições e a Associação. Dom Carillo também havia criado comissão teológica para acompanhar os acontecimentos das aparições. Com o falecimento do prelado em 2016 e o processo de sucessão da Prelazia não houve nenhuma manifestação pública favorável às aparições por parte dos bispos do Regional Norte da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBBn1), da qual a prelazia faz parte, e trocas de acusações entre a Cúria de Itacoatiara e a Associação seguiram-se.

Em 2017, a Congregação para a Doutrina da Fé notifica os fiéis quanto ao não reconhecimento das aparições, bem como impõe a Edson Glauber o silêncio absoluto. Na época, a Congregação disse que “avaliando atentamente o caso, este Dicastério acredita que não resultam indícios de autenticidade acerca das alegadas aparições e, de consequência, das mensagens alegadamente recebidas”. Segundo o parecer, “O Sr. Edson Glauber e a Associação Rainha do Rosário e da Paz de Itapiranga (ARRPI) se abstenham de uma maior difusão das ditas mensagens”.

A resposta dos videntes e da associação pedia “explicações e correções do errôneo decreto”, afirmando ter baseado-se em “afirmações falsas, incoerentes, devido as ações duvidosas, más intenções, mentiras transmitidas a dita Congregação para a Doutrina da Fé” e concluiu que “as mensagens continuarão a serem publicadas e difundidas para os que desejarem delas tomarem conhecimento”.

Jefferson Souza

Jefferson Souza