Bispo auxiliar do ordinariato militar do Brasil teria chamado de “imbecil” o autor da canção “É proibido proibir”
Macapá (AP) | Blog/com Agências | Atualizado em 03;04.2019 – 12h00
O cantor Caetano Veloso decidiu interpelar judicialmente o bispo auxiliar da Arquidiocese Militar do Brasil, dom José Francisco Falção.
De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, a decisão do cantor contra o bispo é uma resposta a afirmação do prelado de que “gostaria de dar veneno de rato” ao “imbecil” que “nos anos 70 cantou que é proibido proibir”, durante missa do último domingo, 31.
O autor da canção é Caetano Veloso e na ação interpelar quer que o bispo esclareça quem é o “imbecil” a que se refere, bem como, a quem o bispo se refere quando afirma querer “dar veneno de rato”.
Em nota, a arquidiocese militar do Brasil, com sede em Brasília e subordinada diretamente à Santa Sé, em resposta à matéria da revista Veja, de 1º de abril, explicou que a missa ” foi em ação de graças pelas promoções dos oficiais generais do Exército Brasileiro” e não para comemorar a data que marca o inicio da ditadura militar. A nota explica que “tais promoções ocorrem na referida data desde a década de sessenta do século passado”.
A arquidiocese diz ainda que “sendo dia de domingo numa Paróquia militar, é natural a presença de militares ou familiares de militares na celebração da Eucaristia” e que “Em nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de “ditadura” ou de “golpe” ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos”.
Sobre discurso do bispo auxiliar, a nota explica que “nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor”.
A nota a nota é concluída com a explicação de que “no transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de “liberdade”, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de “liberdade” e, ao mesmo tempo, de “proibição à proibição”.
A resposta da arquidiocese é assinada pelo arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando Guimarães, e pelo bispo auxiliar Dom José Francisco Falcão de Barros, alvo agora da ação jurídica do cantor Caetano Veloso.