George Pell foi preso nesta quarta-feira, 27, na Austrália; ele já foi o terceiro homem mais poderoso da Igreja Católica
Cidade do Vaticano | Reuters | Atualizado em 27.02.2019 – as 13h37
O Vaticano disse, nesta quarta-feira, dia 27, que abrirá sua própria investigação sobre as acusações contra o cardeal George Pell, considerado culpado de abuso sexual de crianças em sua terra natal, a Austrália. A apuração interna do caso será conduzida pela Congregação para a Doutrina da Fé, um departamento doutrinário do Vaticano.
Pell, de 77 anos, é um ex-funcionário do alto escalão do Vaticano. Ele vai passar sua primeira noite atrás das grades depois de ser preso sob custódia nesta quarta. A alegação é de que ele violou sexualmente dois garotos que participavam de um coral religioso australiano duas décadas atrás.
Ele se diz inocente e afirma que apelará do veredito.
“Após o veredito de culpado em primeira instância recebido pelo Cardeal Pell, a Congregação para a Doutrina da Fé vai agora tratar do caso dando sequência ao procedimento e dentro do tempo estabelecido pela norma canônica”, disse o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti.
Gisotti não deu detalhes sobre como será feita essa investigação. Mas confirmou que o cardeal não é mais o chefe da Secretaria de Economia da Igreja. O cargo fez com que, por muitos anos, o religioso fosse o terceiro homem mais poderoso do clero.
O mandato de cinco anos de Pell como chefe desse departamento — uma espécie de ministério da economia do Vaticano — expirou há alguns dias, no entanto não havia, até o momento, uma declaração formal sobre sua situação. O Papa Francisco também não nomeou ainda um sucessor.