Em carta aberta os cardeais Burke e Brandmuller questionam “para onde vai a Igreja?”
Macapá (AP) | Blog, com Agências | Atualizado em 20.02.2019 – 12h00
Os cardeais Raymond Burke e Walter Brandmullher publicaram nesta terça-feira, 19, uma carta aberta endereçada aos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo que participam a partir da próxima quinta-feira, 21, no Vaticano, do encontro sobre a “Proteção dos menores na Igreja”.
O evento “é o primeiro a envolver, no âmbito mundial, todos os presidentes das conferências episcopais e os responsáveis das ordens religiosas, enfrentando a questão com um olhar do Evangelho”, segundo a Santa Sé.
Contudo, para os dois cardeais, o “problema” está sendo reduzido pela cúpula organizadora. De acordo com a carta, o abuso sexual de menores ” é apenas parte de uma crise muito ampla”, escrevem.
Para Burke e Brandmullher, a “agenda homossexual se espalhou na Igreja, fomentada por redes organizadas e protegidas por um clima de cumplicidade e silêncio”. Os cardeais, que também são signatários da “dúbia” no caso da Exortação Apóstolica Amoris Leticía, afirmam “há cardeais e bispos que permanecem em silêncio” com relação ao que chamam de real problema.
Os cardeais afirmam que “a negação, também pública, com palavras e atos, da lei divina e natural, é a raiz do mal que corrompe certos ambientes da Igreja”.
Confira a carta aberta
Carta Aberta aos Presidentes da Conferência Episcopal
Caros Irmãos, Presidentes das Conferências Episcopais:
Nós nos dirigimos a você com profunda aflição!
O mundo católico está desorientado e faz uma pergunta cheia de angústia: para onde vai a Igreja?
Dada a tendência que está em curso, parece que o problema é reduzido ao abuso de menores, um crime horrível, especialmente quando o perpetrador é um padre, mas isso, no entanto, é apenas parte de uma crise muito mais ampla. . A peste da agenda homossexual se espalhou na Igreja, fomentada por redes organizadas e protegida por um clima de cumplicidade e silêncio. As raízes desse fenômeno são evidentes, naquela atmosfera de materialismo, relativismo e hedonismo, em que a existência de uma lei moral absoluta, isto é, sem exceções, é abertamente discutida.
O clericalismo é acusado de abuso sexual, mas a responsabilidade principal e principal do clero não é o abuso de poder, mas a distância da verdade do Evangelho. A negação, também pública, com palavras e atos, da lei divina e natural, é a raiz do mal que corrompe certos ambientes da Igreja.
Diante dessa situação, há cardeais e bispos que permanecem em silêncio. Você também permanecerá em silêncio por ocasião da reunião convocada no Vaticano em 21 de fevereiro?
Somos parte daqueles que, em 2016, questionaram o Santo Padre sobre a “dubia” que dividiu a Igreja após as conclusões do Sínodo sobre a família. Hoje, essas “dubias” não apenas não receberam uma resposta, mas também fazem parte de uma crise de fé mais geral. Por isso, encorajamos você a levantar sua voz para salvaguardar e proclamar a integridade da doutrina da Igreja.
Oramos ao Espírito Santo para ajudar a Igreja e iluminar os pastores que a guiam. Um ato resolutivo é urgente e necessário. Confiamos no Senhor que prometeu: “Sabei que estou sempre convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Walter Card. Brandmüller
Raymond Leo Card. Burke